As quatro marcas de Daniel
Estudo de Célula 43
Pr. Luiz Carlos


Introdução: Vivemos, hoje, em um mundo totalmente inseguro: terremotos, balas perdidas, atentados terroristas, motoristas embriagados etc. Tragédias pessoais e internacionais fazem do mundo parecer um lugar assustador. Diante desse quadro, surge uma pergunta: “Onde está Deus?”
Há 26 séculos, Daniel poderia ter se desesperado. Juntamente com milhares de compatriotas, ele foi deportado para uma terra estrangeira após a conquista de Judá. Porém, ele possuía quatro marcas que foram determinantes para que o propósito de Deus em sua vida não fosse frustrado.
1ª) O seu exemplo familiar – (Daniel 1.4)
Esta foi a primeira marca na vida de Daniel. Mesmo uma leitura superficial do Antigo Testamento revela que grande parte do povo de Deus não seguiu o Senhor em todo o tempo e nem guardou seus mandamentos. Porém, isso não aconteceu com a família de Daniel. Quando foi levado para a Babilônia, Daniel tinha entre 15 e 16 anos, e possuía uma convicção acerca de Deus, tanta firmeza de caráter… Será que teria isso se não tivesse uma história proporcionada por uma família exemplar? A família é a primeira agência socializadora na vida de um indivíduo, é ela que, em primeira instância, confere ao indivíduo uma herança biológica, sociológica e espiritual — tanto para o bem quanto para o mal. A nação de Israel recebeu da parte de Deus uma importante orientação nesse sentido (Deuteronômio 6.4-9). Temos, nas Escrituras, várias orientações neste aspecto: Provérbios 22.6; Efésios 6.1-4.
2ª) A sua determinação – (Daniel 1.8)A segunda marca da vida de Daniel foi a sua determinação. Segundo os dicionários, significa: “ato de permanecer firme em um objetivo; forte inclinação a alcançar algo desejado. ”A determinação de Daniel, Hananias, Misael e Azarias fez toda a diferença para que eles fossem abençoados, quando decidiram não se contaminar com a comida do rei e nem com o vinho que ele bebia, tornando-se assim jovens de destaque, mesmo alimentando-se de maneira diferente do que o rei orientava. O conhecimento de Deus produz em nós determinação. Em terra estranha, Daniel foi levantado como profeta e seus amigos como grandes homens de Deus.
Vimos que as pressões babilônicas visavam também:
A mente – aprender a cultura dos caldeus (Daniel 1.4);
O corpo – a alimentação (Daniel 1.5);
O espírito – a imposição de nomes evocativos dos deuses babilônicos (Daniel 1.7).
O nome Daniel significa “Deus é o meu juiz”, mas foi mudado para Beltessazar, que significa “Bel protege a vida dele”. Infelizmente, nos dias atuais, por qualquer motivo, muitos crentes abandonam princípios espirituais fundamentais em sua vida, por falta de determinação.
3ª) A sua integridade – (Daniel 6.1-4)Esta era a terceira marca na vida de Daniel: sua integridade, que significa caráter, qualidade de uma pessoa honesta, incorruptível, cujos atos são irrepreensíveis. Nessa época, Daniel já era idoso, mas conservava esta importante marca. Em uma ocasião profana do rei Belsazar, alguém lembrou de Daniel (Daniel 5.11-12).Daniel era um homem íntegro em um meio político corrupto. Ele foi um homem que não transigiu com sua fé em Deus (Daniel 6.10-16). E foi honrado por Deus por sua integridade (Daniel 6.18-28).
4ª) O seu profundo relacionamento com Deus – (Daniel 5.12)Esta precisa ser a principal marca em nossa vida também, pois Deus é a raiz e a essência de todas as demais características de um verdadeiro cristão. Daniel conhecia bem a Deus e o conhecia empregando os três princípios básicos do conhecimento humano: A) A busca do conhecimento com o intelecto, por meio da Palavra de Deus (Daniel 9.2). Aqui, ele demonstra o quanto se dedicava à leitura da Palavra. Será que nós temos agido da mesma maneira? Precisamos nos alegrar com a leitura da Palavra (Salmo 1.1-2; Josué 1.8).B) A busca de informação com elementos espirituais, por meio da oração (Daniel 10.1-14). Durante muitos anos Daniel orou três vezes ao dia (Daniel 6.10-11), exatamente o mesmo padrão que Paulo instruiu-nos a seguir (Filipenses 4.6-7). Não é de admirar que Daniel tivesse tanta paz e coragem. Um cristão que sabe ajoelhar-se em oração não tem problema algum em ficar de pé pela força do Senhor. C) O conhecimento de Deus por meio da sua soberania, a perfeita revelação de Deus. Deus fez-se conhecido a Daniel também por meio das inúmeras revelações que deu ao profeta nos reinados de Belsazar (Daniel 7–8), Dario (Daniel 9) e Ciro (Daniel 10–12).
